segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Eneagrama tipo 5 – O Analítico

satre
"Por mim, creio que estamos mortos há muito tempo: morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis."
Jean-Paul Sartre, tipo 5
O Analítico

O tipo intenso, cerebral: perceptivo, inovador, misterioso e isolado.



Resumo do tipo cinco:

Tipos cinco são alertas, perspicazes e curiosos. Eles são capazes de se concentrar e focar no desenvolvimento de ideias e habilidades complexas. 

Independentes, inovadores e inventivos, eles podem também se preocupar com seus pensamentos e construções imaginárias. Tornam-se desconectados do mundo, embora altamente excitáveis e intensos. Eles normalmente têm problemas de excentricidade, niilismo e isolamento.

No seu melhor estado: visionários pioneiros, frequentemente à frente do seu tempo, capazes de ver o mundo de uma maneira inteiramente nova.

Medo básico: Ser inútil, indefeso ou incapaz.

Desejo básico: Ser capaz e competente.

Eneagrama cinco com asa quatro: “O Iconoclasta”.

Eneagrama cinco com asa seis: “O Solucionador de Problemas”.

Motivações principais: Quer possuir conhecimento, entender o meio, saber de tudo como uma maneira de se defender das ameaças do meio.



O significado das setas (em resumo):

Quando se movem em direção à desintegração (estresse), cincos repentinamente tornam-se hiperativos e dispersos, como setes pouco saudáveis. No entanto, quando se deslocam em direção à integração (crescimento), cincos desconectados e avarentos tornam-se autoconfiantes e decididos, como oitos saudáveis.

Exemplos: Siddartha Gautama Buddha, Albert Einstein, Oliver Sacks, John Nash (A Beautiful Mind), Stephen Hawking, Vincent van Gogh, Edvard Munch, Georgia O’Keefe, Salvador Dali, Alberto Giacometti, Emily Dickinson, Friedrich Nietzsche, Agatha Christie, James Joyce, Jean-Paul Sartre, Susan Sontag, Stephen King, Ursula K. LeGuin, Clive Barker, Bill Gates, Mark Zuckerberg, Jane Goodall, A.H. Almaas, Eckhart Tolle, Meredith Monk, Glenn Gould, John Cage, Kurt Cobain, David Byrne, Peter Gabriel, Laurie Anderson, Jane Siberry, Trent Reznor, Tom York (Radio Head), Alfred Hitchcock, Marlene Dietrich, Stanley Kubrick, David Cronenberg, Werner Herzog, Tim Burton, David Lynch, David Fincher, Jodie Foster, “The Far Side” Gary Larson, Annie Liebovitz, Bobby Fischer, “Wikileaks” Julian Assange, Aaaron Swartz, “Fox Mulder” (X Files), Dr. Gregory “House”.



Visão geral do tipo cinco:

Nomeamos a personalidade do tipo cinco de “O Investigador” porque, mais do que qualquer outro tipo, cincos querem descobrir por que as coisas são da maneira que são. Eles querem entender como o mundo funciona, seja ele o cosmos, o mundo microscópico, o reino animal, vegetal ou mineral – ou o mundo interno de suas imaginações. Eles estão sempre procurando, fazendo perguntas, mergulhando profundamente em assuntos específicos. Eles não aceitam de pronto opiniões e doutrinas; sentem uma forte necessidade de testar a maioria das premissas por eles mesmos.
John, um artista gráfico, descreve essa abordagem de vida:
"Ser um cinco significa sempre precisar estar aprendendo, absorvendo informações sobre o mundo. Um dia sem aprendizado é como um dia sem “sol”. Como um cinco, eu quero entender a vida. Eu gosto de ter uma explicação teórica sobre por que as coisas acontecem como tais. Esse entendimento faz com que eu me sinta na liderança, no controle. Eu muitas vezes aprendendo tomando distância, como um observador, não como participante. Às vezes, parece que entender a vida é tão bom quanto vivê-la. É uma jornada difícil aprender que a vida deve ser vivida e não apenas estudada."
Por trás da perseguição inquietante de conhecimento dos tipos cinco, moram inseguranças sobre a sua habilidade de funcionar bem no mundo. Cincos sentem que eles não têm habilidade de fazer as coisas tão bem quanto os outros. Mas em vez de engajar-se diretamente nas atividades podem aumentar a confiança deles, cincos “dão um passo para trás”, para suas mentes, onde eles se sentem mais capazes. Eles acreditam que na segurança de suas mentes eles irão eventualmente descobrir como fazer as coisas – e um dia poderão voltar ao mundo.

Cincos passam muito tempo observando e contemplando – escutando os sons do vento ou de um sintetizador, ou tomando nota sobre as atividades de um formigueiro nos seus quintais. Enquanto imergem em suas observações, eles começam a internalizar seu conhecimento e desenvolver um sentimento de autoconfiança. Eles podem, então, sair e tocar alguma coisa no sintetizador ou dizer às pessoas o que sabem sobre formigas. Eles podem também encontrar novas informações interessantes ou fazer novas combinações criativas (tocar uma música baseada nas gravações do vento e da água). Quando eles conseguem certificar-se de suas observações e hipóteses, ou ver que outros entendem seu trabalho, isso é uma confirmação da sua competência, e assim realizam seu desejo básico. (“Você sabe do que está falando.”)

Conhecimento, entendimento e inovação são, portanto, muito valorizados por cincos, porque suas identidades são construídas sob “ter ideias” e ser alguém que tem algo diferente e inovador a dizer. Por esse motivo, cincos não estão interessados em explorar o que já é familiar e bem estabelecido; sua atenção é capturada por aquilo que é diferente, esquecido, secreto, oculto, bizarro, fantástico, “inimaginável”. Investigar “território desconhecido” – saber algo que os outros não sabem, ou criar algo que ninguém viveu – permite aos cincos possuir um nicho para si que ninguém mais ocupa. Eles acreditam que desenvolver esse nicho é a melhor maneira de se conseguir independência e confiança.

Assim, para sua própria segurança e autoestima, cincos precisam ter pelo menos uma área em que eles possuam um grau de conhecimento que os permitam sentirem-se capazes e conectados com o mundo. Cincos pensam, “Eu vou achar algo que eu possa fazer muito bem e daí eu serei capaz de enfrentar os desafios da vida. Mas eu não posso ter outras coisas que me distraiam entrando no meu caminho.” Eles, dessa forma, desenvolvem um foco intenso no que quer que eles possam dominar e sentirem-se seguros sobre. Pode ser o mundo da matemática, ou o mundo do rock, ou da música clássica, ou da mecânica de carros, ou da ficção científica e horror, ou um mundo criado inteiramente em suas imaginações. Nem todos os cincos são PhDs ou estudiosos acadêmicos. Mas, dependendo da sua inteligência e das fontes disponíveis a eles, eles se focam intensamente em dominar o que tenha capturado seus interesses.

Para o bem ou para o mal, as áreas que os cincos exploram não dependem de validação social; na verdade, se outros concordarem com suas ideias muito facilmente, cincos tendem a recear que elas devam ser muito convencionais. A história é cheia de cincos famosos que ultrapassaram maneiras aceitas de se entender ou fazer coisas (Darwin, Einstein, Nietzsche). No entanto, muito mais cincos perderam-se nas complexidades bizantinas de seus próprios processos mentais, tornando-se meramente excêntricos e socialmente isolados.

O foco intenso dos cincos pode levá-los a descobertas e inovações notáveis, mas quando a personalidade é fixa, isso pode também criar problemas para eles mesmos. Isso acontece porque o foco demasiado de uma determinada coisa serve para – de maneira pouco inteligente – distraí-los dos seus problemas práticos mais urgentes. Qualquer que seja a fonte de sua ansiedade – relacionamentos, falta de força física, inabilidade de conseguir um emprego, assim por diante – cincos medianos tendem a não lidar com esses problemas. 

Em vez disso, eles acham outra coisa que fará com que se sintam mais competentes. A ironia é que não importa o grau de proficiência que eles desenvolvam em sua área de especialização, isso não pode resolver suas inseguranças básicas sobre como funcionar no mundo. Por exemplo, como bióloga marinha, uma cinco poderia aprender tudo o que se há para saber sobre um tipo de molusco, mas se o seu medo for o de ela nunca conseguir ser capaz de administrar sua própria casa adequadamente, ela nunca irá resolver sua ansiedade subjacente.

Lidar diretamente com problemas físicos pode ser extremamente assustador para cincos. Henry é um cientista de Ciências da Vida que trabalha em um laboratório de pesquisa médica:
"Desde que era criança, fugi de esportes e atividades físicas extenuantes tanto quanto possível. Eu nunca fui capaz de escalar cordas nas aulas de educação física, parei de praticar esportes assim que possível e o cheio de ginásio ainda me deixa desconfortável. Ao mesmo tempo, eu sempre tive uma vida mental bem ativa. Eu aprendi a ler com três anos, e na escola eu sempre fui uma das crianças mais inteligentes em assuntos acadêmicos."
Portanto, muito do tempo deles é gasto “coletando” e desenvolvendo ideias e habilidades que acreditam que farão com que se sintam confiantes e preparados. Eles querem reter tudo o que aprenderam e “carregar isso por aí em suas cabeças”. O problema é que enquanto eles estão entretidos nesse processo, eles não estão interagindo com os outros nem aumentando muitas outras habilidades práticas e sociais. Eles devotam mais e mais tempo coletando e prestando atenção às suas coleções e menos a qualquer coisa relacionada às suas necessidades reais.

Assim, o desafio dos cincos é entender o que eles podem perseguir quaisquer questões ou problemas que animam suas imaginações e manter relacionamentos, tomar conta apropriadamente de si mesmos e fazer todas as coisas que caracterizam uma vida saudável.



Os níveis do tipo cinco:

Níveis saudáveis

Nível um (no seu melhor estado): Tornam-se visionários, compreendendo largamente o mundo enquanto o penetram de maneira profunda. Mente aberta, eles veem as coisas por inteiro, no seu contexto verdadeiro. Fazem descobertas pioneiras e acham maneiras inteiramente novas de fazer e perceber as coisas.
Nível dois: Observam tudo com percepção e insight extraordinários. Inteligência ativa, mentalmente alerta, curiosa: nada escapa da sua percepção. Capazes de previsão, visão de longo alcance. Capazes de se concentrar: ficam entretidos com o que captura sua atenção.
Nível três: Conseguem domínio no que quer que os interesse. Animados pelo conhecimento: frequentemente tornam-se experts em alguma área. Inovadores e inventivos, produzindo trabalhos extremamente valiosos e originais. Altamente independentes, idiossincráticos e excêntricos.



Níveis medianos

Nível quatro: Começam a conceitualizar e “calibrar” tudo antes de agir – trabalham as coisas nas suas mentes: construindo modelos, preparando, praticando e reunindo mais recursos. Estudiosos, adquirem técnica. Tornam-se especializados, e com frequência “intelectuais”, também frequentemente desafiando as maneiras aceitas de se fazer as coisas.
Nível cinco: Cada vez mais “desconectados”, envolvem-se em ideias complicadas ou mundos imaginários. Ficam preocupados com suas visões e interpretações em vez de com a realidade. Tornam-se fascinados por assuntos esotéricos, até mesmo aqueles envolvendo elementos obscuros e perturbadores. Desconectados do mundo prático, uma “mente sem corpo”, embora altamente excitáveis e intensos.
Nível seis: Começam a tomar posturas antagonistas contra qualquer coisa que interfira seu mundo interno e visão pessoal. Tornam-se provocativos e abrasivos, com visões intencionalmente extremas e radicais. Cínicos e argumentativos.



Níveis não saudáveis

Nível sete: Tornam-se reclusos e isolados da realidade, excêntricos e niilistas. Altamente instáveis e com medo te agressões: eles rejeitam e recusam outros e todo tipo de conexão social.
Nível oito: Ficam obcecados, embora amedrontados, pelas suas ideias ameaçadoras, ficam horrorizados, delirantes; presas de distorções e fobias repulsivas.
Nível nove: Procurando o esquecimento, eles podem cometer suicídio ou ter um surto psicótico da realidade. Enlouquecidos, explosivamente autodestrutivos, há tons de esquizofrenia em seus comportamentos. Geralmente correspondem aos transtornos de personalidade Esquizóide, Esquiva e Esquizotípica.

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