segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Eneagrama tipo 4 – O Romântico

Virginia Woolf
"É muito mais difícil matar um fantasma do que uma realidade."
Virginia Woolf, tipo 4

O Romântico

O tipo sensível e introspectivo: expressivo, dramático, temperamental e egocêntrico.


Resumo do tipo quatro:

Tipos quatro são sensíveis, conscientes de si e reservados. São sinceros em relação aos seus sentimentos, criativos e pessoais, mas também podem ser inconstantes e inseguros. Eles se contêm em frente aos outros por sentirem-se vulneráveis e defeituosos, e podem também sentir que formas “comuns” de se viver a vida são dispensáveis e dignas de desdém. Eles tipicamente têm problemas com melancolia, autoindulgência e autopiedade.

No seu melhor estado: são inspirados e altamente criativos, capazes de se renovar e transformar suas experiências.

Medo básico: Não ter identidade ou significância pessoal.

Desejo básico: Achar a eles mesmos e suas significâncias (criar uma identidade).

Eneagrama quatro com asa três: “O Aristocrata”.

Eneagrama quatro com asa cinco: “O Boêmio”.

Motivações principais: Expressar-se, expressar individualidade, criar e se rodear de beleza, manter determinados sentimentos e humores, recolher-se a fim de proteger a autoimagem, resolver necessidades emocionais antes de dar atenção a qualquer outra coisa, atrair um “salvador”.



O significado das setas (em resumo):

Quando caminham em direção à desintegração (estresse), quatros distantes repentinamente tornam-se excessivamente envolvidos e apegados, chegando ao tipo dois de maneira pouco saudável. Entretanto, quando movem-se em direção à integração (crescimento), quatros invejosos e emocinalmente turbulentos tornam-se mais objetivos e íntegros, como tipos um saudáveis.

Exemplos: Rumi,  Frédéric Chopin, Pyotr I Tchaikovsky, Gustav Mahler, Jackie Kennedy Onassis, Edgar Allen Poe, Yukio Mishima, Virginia Woolf, Anne Frank , Karen Blixen / Isak Dinesen, Anaîs Nin, Tennessee Williams, J.D. Salinger, Anne Rice, Frida Kahlo, Diane Arbus, Martha Graham, Rudolf Nureyev, Cindy Sherman, Hank Williams, Billie Holiday, Judy Garland, Maria Callas, Miles Davis, Keith Jarrett, Joni Mitchell, Bob Dylan, Paul Simon, Leonard Cohen, Yusuf Islam (Cat Stevens), Ferron, Cher, Stevie Nicks, Annie Lennox, Prince, Sarah McLachlan, Alanis Morrisette, Feist, Florence (+ the Machine) Welch, Amy Winehouse, Ingmar Bergman, Lars von Trier, Marlon Brando, Jeremy Irons, Angelina Jolie, Winona Ryder, Kate Winslet, Nicolas Cage, Johnny Depp, Tattoo Artist Kat Von D., o mágico Criss Angel, Streetcar Named Desire “Blanche duBois”.


Visão geral do tipo quatro:

Nomeamos esse tipo como O Individualista porque quatros baseiam suas identidades em se ver como fundamentalmente diferentes dos outros. Quatros sentem que são diferentes de outros seres humanos e, consequentemente, sentem que ninguém pode entendê-los ou amá-los adequadamente. Eles frequentemente se veem como particularmente talentosos, possuidores de dons únicos e especiais, mas também unicamente defeituosos, em desvantagem. Mais do que qualquer outro tipo, quatros são perfeitamente cientes de – e focados em – suas diferenças pessoais e deficiências.

Quatros saudáveis são honestos com eles mesmos: eles dominam todos os seus sentiments e podem procurar por causas, contradições e conflitos emocionais sem negá-los ou encobri-los. Eles podem não necessariamente gostar do que irão descobrir, mas eles não tentarão racionalizar seus estados, nem tentarão escondê-los de si ou dos outros. Eles não têm medo de se ver, até mesmo as partes feias, as suas “verrugas”. Quatros saudáveis estão dispostos a revelar coisas pessoais e potencialmente vergonhosas de si pois estão determinados em entender a verdade de suas experiências – e daí descobrirem quem são e se conciliar com suas histórias de vida. Essa habilidade também permite ao quatro resistir ao sofrimento com uma espécie de força silenciosa. Sua familiaridade com suas próprias naturezas interiores faz com que se torne mais fácil processar experiências doloras que podem sobrecarregar outros tipos.

Todavia, quatros frequentemente relatam que sentem que falta algo neles, embora eles possam ter dificuldade de identificar exatamente o que é esse algo. É força de vontade? Traquejo social? Confiança? Tranquilidade emocional? – tudo o que veem nos outros, aparentemente em abundância. Com tempo e perspectiva suficientes, quatros geralmente reconhecem que são inseguros sobre aspectos de sua autoimagem – suas personalidades ou mesmo estruturações do ego. Eles sentem como se faltasse a eles uma identidade estável e clara, particularmente uma persona social com a qual se sintam confortáveis.

É verdade que quatros com frequência se sentem diferentes dos outros, mas eles não querem realmente ficar sozinhos. Eles podem se sentir esquisitos socialmente, inseguros, mas eles desejam profundamente se conectar a pessoas que os entendam, que entendam seus sentimentos. Os “românticos” do eneagrama, eles desejam que alguém apareça em suas vidas e aprecie aquele eu secreto que eles alimentam e escondem do mundo. Se, ao longo do tempo, essa validação continuar fora de alcance, quatros começam a construir sua identidade em torno da ideia de quão diferentes são de todo o resto das pessoas

O excluído então se conforta em ser um indivualista insistente: tudo deve ser feito só, à sua maneira, nos seus próprios termos. O mantra dos quatros se torna o “Eu sou eu mesmo. Ninguém me entende. Eu sou diferente e especial”, enquanto eles desejam secretamente que pudessem aproveitar a simplicidade e confiança que os outros parecem dispor.

Quatros tipicamente têm problemas com autoimagem negativa e baixa autoestima crônica. Eles tentam compesar isso cultivando um “eu fantasioso” – uma autoimagem idealizada que é criada primariamente em suas imaginações. 

Um quatro que conhecemos compartilhou conosco que ele gastava a maior parte do seu tempo livre escutando música clássica enquanto fantasiava sobre ser um grande pianista concertista – como Vladimir Horowitz. Infelizmente, seu comprometimento em praticar era muito menor que a o da sua autoimagem fantasiosa, e ele com frequência ficava envergonhado quando as pessoas o pediam para tocar para elas. Suas habilidades reais, embora não fossem poucas, tornaram-se fonte de vergonha.

No curso de suas vidas, quatros podem experimentar identidades de diferentes “tamanhos”, baseando-as em estilos, preferências ou qualidades que acham interessantes nos outros. Mas, por debaixo da superfície, eles ainda se sentem incertos sobre quem realmente são. O problema é que eles baseiam sua identidade largamente em seus sentimentos. Quando quatros olham para dentro, eles veem um padrão de reações emocionais caleidoscópicas, mutantes. 

Certamente, quatros têm uma percepção precisa da natureza humana – ela é dinâmica e está sempre mudando. Mas, por quererem criar uma identidade estável e confiável a partir de suas emoções, eles tentam cultivar apenas certos sentimentos enquanto rejeitam outros. Alguns sentimentos são vistos como “eu”, outros como “não-eu”. Enquanto tentam se focar em humores específicos e expressar outros, quatros acreditam que estão sendo verdadeiros ao que são.

Um dos maiores desafios que quatros enfrentam é aprender a se libertar de sentimentos do passado; eles tendem a cultivar feridas e apegar-se a sentimentos negativos sobre aqueles que os machucaram. Quatros podem se apegar tanto ao anseio e à decepção que não são capazes que reconhecer os muitos tesouros de suas vidas.
Leigh é mãe, trabalha fora e tem sofrido com esses sentimentos difíceis por muitos anos.
"Eu entro em colapso quando eu me coloco no mundo. Eu tive uma gama de relacionamentos desastrosos. Odiei a bondade da minha irmã – e odiei bondade no geral. Passei anos sem alegria na minha vida, apenas fingindo sorrir porque eu não era capaz de produzir sorrisos reais. Eu tive um anseio constante pelo que quer que seja que eu não possa ter. Meus anseios podem ser que nunca se realizem, porque agora eu percebo que sou apegada ao ‘anseio’, não a algum fim específico."
Há uma história sufista que se relaciona a isso, sobre um velho cachorro que foi horrivelmente abusado e beirava a inanição. Um dia, o cachorro achou um osso, carregou-o para um local seguro e começou a roê-lo. O cachorro estava com tanta fome que mastigou o osso por um bom tempo e tirou dele até o último resquício de alimentação que aquilo poderia providenciar. Depois de algum tempo, um homem bondoso, de idade avançada, notou o cachorro e sua patética carcaça e começou a colocar comida para ele. Mas o pobre cão estava tão apegado ao seu osso que se recusou a deixá-lo e morreu de fome.

Quatros estão na mesma situação. Enquanto eles acreditarem que há algo fundamentalmente errado com eles, ele não são capazes de se deixar viver ou aproveitar suas muitas qualidades. Reconhecer suas boas qualidades seria perder seu senso de identidade (como uma vítima sofredora) e estar sem uma identidade relativamente consistente (seu medo básico). Quatros crescem quando aprendem a ver que muito de suas histórias não são verdade – ou pelo menos que não são mais verdade. Os sentimentos antigos começam a desmoronar quando eles param de contar a si mesmos a antiga história: ela é irrelevante para quem eles são agora.



Os níveis do tipo quatro:

Níveis saudáveis

Nível um (seu melhor estado): Profundamente criativos, expressando o pessoal e o universal, possivelmente em uma obra de arte. Inspirados, capazes de se renovar e se regenerar. Também são capazes de transformar todas as suas experiências em algo valoroso; encontram a criatividade em si mesmos.
Nível dois: Conscientes de si, introspectivos, na “procura por eles mesmos”, cientes de sentimentos e impulsos internos. Sensíveis e intuitivos, para si e para os outros: gentis, com tato, compassivos.
Nível três: Altamente pessoais, individualistas, “fiéis a eles mesmos”, autocríticos, sinceros aos seus sentimentos, humanos. Visão irônica de si e da vida: podem ser sérios e engraçados, vulneráveis e possuidores de força emocional.


Níveis medianos

Nível quatro: Tomam uma orientação romântica e artística da vida, criando um ambiente bonito e esteticamente agradável para cultivar e prolongar sentimentos pessoais. Elevam a realidade através da fantasia, sentimentos apaixonados e a imaginação.
Nível cinco: Para ter contato com seus sentimentos, eles interiorizam tudo, tornam tudo pessoal, mas também se tornam egocêntricos e introvertidos, inconstantes e hipersensíveis, tímidos e inseguros, incapazes de ser espontâneos ou “sair de si mesmos”. Mantêm-se recolhidos para proteger sua autoimagem e para conseguir tempo para ordenar seus sentimentos.
Nível seis: Gradualmente pensam que são muito diferentes dos outros, eles sentem que não precisam viver como o resto das pessoas vive. Eles se tornam sonhadores melancólicos, desdenhosos, decadentes e sensuais, vivendo num mundo imaginário. Autopiedade e inveja dos outros os levam à autoindulgência, e eles vão ficando cada vez mais impráticos, improdutivos e afetados.


Níveis não saudáveis

Nível sete: Quando seus sonhos falham, eles se tornam autoinibidores, com raiva de si, deprimidos e alienados de tudo, bloqueados, paralisados emocionalmente. Sentem vergonha de si, fadiga e incapacidade de funcionar.
Nível oito: Tormentados com um desprezo ilusório que têm deles mesmos, repreendem-se, sentem ódio de si e têm pensamentos mórbidos: tudo é uma fonte de tormento. Culpando os outros, eles afastam quem quer que os tente ajudar.
Nível nove: Desesperados, sentem que não há mais esperança e tornam-se autodestrutivos, possivelmente abusando de álcool ou drogas para escapar. No extremo: colapso nervoso ou suicídio são comuns. Geralmente correspondem aos transtornos de personalidade depressiva, esquiva e narcisista.

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