"É muito mais difícil matar um fantasma do que uma realidade."
Virginia Woolf, tipo 4
O Romântico
O tipo sensível e introspectivo: expressivo, dramático, temperamental e egocêntrico.
Resumo do tipo quatro:
Tipos quatro são sensíveis, conscientes
de si e reservados. São sinceros em relação aos seus sentimentos,
criativos e pessoais, mas também podem ser inconstantes e inseguros.
Eles se contêm em frente aos outros por sentirem-se vulneráveis e
defeituosos, e podem também sentir que formas “comuns” de se viver a
vida são dispensáveis e dignas de desdém. Eles tipicamente têm problemas
com melancolia, autoindulgência e autopiedade.
No seu melhor estado: são inspirados e altamente criativos, capazes de se renovar e transformar suas experiências.
Medo básico: Não ter identidade ou significância pessoal.
Desejo básico: Achar a eles mesmos e suas significâncias (criar uma identidade).
Eneagrama quatro com asa três: “O Aristocrata”.
Eneagrama quatro com asa cinco: “O Boêmio”.
Motivações principais: Expressar-se,
expressar individualidade, criar e se rodear de beleza, manter
determinados sentimentos e humores, recolher-se a fim de proteger a
autoimagem, resolver necessidades emocionais antes de dar atenção a
qualquer outra coisa, atrair um “salvador”.
O significado das setas (em resumo):
Quando caminham em direção à
desintegração (estresse), quatros distantes repentinamente tornam-se
excessivamente envolvidos e apegados, chegando ao tipo dois de maneira
pouco saudável. Entretanto, quando movem-se em direção à integração
(crescimento), quatros invejosos e emocinalmente turbulentos tornam-se
mais objetivos e íntegros, como tipos um saudáveis.
Exemplos: Rumi,
Frédéric Chopin, Pyotr I Tchaikovsky, Gustav Mahler, Jackie Kennedy
Onassis, Edgar Allen Poe, Yukio Mishima, Virginia Woolf, Anne Frank ,
Karen Blixen / Isak Dinesen, Anaîs Nin, Tennessee Williams, J.D.
Salinger, Anne Rice, Frida Kahlo, Diane Arbus, Martha Graham, Rudolf
Nureyev, Cindy Sherman, Hank Williams, Billie Holiday, Judy Garland,
Maria Callas, Miles Davis, Keith Jarrett, Joni Mitchell, Bob Dylan, Paul
Simon, Leonard Cohen, Yusuf Islam (Cat Stevens), Ferron, Cher, Stevie
Nicks, Annie Lennox, Prince, Sarah McLachlan, Alanis Morrisette, Feist,
Florence (+ the Machine) Welch, Amy Winehouse, Ingmar Bergman, Lars von
Trier, Marlon Brando, Jeremy Irons, Angelina Jolie, Winona Ryder, Kate
Winslet, Nicolas Cage, Johnny Depp, Tattoo Artist Kat Von D., o mágico
Criss Angel, Streetcar Named Desire “Blanche duBois”.
Visão geral do tipo quatro:
Nomeamos esse tipo como O Individualista
porque quatros baseiam suas identidades em se ver como fundamentalmente
diferentes dos outros. Quatros sentem que são diferentes de outros seres
humanos e, consequentemente, sentem que ninguém pode entendê-los ou
amá-los adequadamente. Eles frequentemente se veem como particularmente
talentosos, possuidores de dons únicos e especiais, mas também
unicamente defeituosos, em desvantagem. Mais do que qualquer outro tipo,
quatros são perfeitamente cientes de – e focados em – suas diferenças
pessoais e deficiências.
Quatros saudáveis são honestos com eles
mesmos: eles dominam todos os seus sentiments e podem procurar por
causas, contradições e conflitos emocionais sem negá-los ou encobri-los.
Eles podem não necessariamente gostar do que irão descobrir, mas eles
não tentarão racionalizar seus estados, nem tentarão escondê-los de si
ou dos outros. Eles não têm medo de se ver, até mesmo as partes feias,
as suas “verrugas”. Quatros saudáveis estão dispostos a revelar coisas
pessoais e potencialmente vergonhosas de si pois estão determinados em
entender a verdade de suas experiências – e daí descobrirem quem são e
se conciliar com suas histórias de vida. Essa habilidade também permite
ao quatro resistir ao sofrimento com uma espécie de força silenciosa.
Sua familiaridade com suas próprias naturezas interiores faz com que se
torne mais fácil processar experiências doloras que podem sobrecarregar
outros tipos.
Todavia, quatros frequentemente relatam
que sentem que falta algo neles, embora eles possam ter dificuldade de
identificar exatamente o que é esse algo. É força de vontade? Traquejo
social? Confiança? Tranquilidade emocional? – tudo o que veem nos
outros, aparentemente em abundância. Com tempo e perspectiva
suficientes, quatros geralmente reconhecem que são inseguros sobre
aspectos de sua autoimagem – suas personalidades ou mesmo estruturações
do ego. Eles sentem como se faltasse a eles uma identidade estável e
clara, particularmente uma persona social com a qual se sintam
confortáveis.
É verdade que quatros com frequência se
sentem diferentes dos outros, mas eles não querem realmente ficar
sozinhos. Eles podem se sentir esquisitos socialmente, inseguros, mas
eles desejam profundamente se conectar a pessoas que os entendam, que
entendam seus sentimentos. Os “românticos” do eneagrama, eles desejam
que alguém apareça em suas vidas e aprecie aquele eu secreto que eles
alimentam e escondem do mundo. Se, ao longo do tempo, essa validação
continuar fora de alcance, quatros começam a construir sua identidade em
torno da ideia de quão diferentes são de todo o resto das pessoas.
O excluído então se conforta em ser um indivualista insistente: tudo
deve ser feito só, à sua maneira, nos seus próprios termos. O mantra dos
quatros se torna o “Eu sou eu mesmo. Ninguém me entende. Eu sou
diferente e especial”, enquanto eles desejam secretamente que pudessem
aproveitar a simplicidade e confiança que os outros parecem dispor.
Quatros tipicamente têm problemas com
autoimagem negativa e baixa autoestima crônica. Eles tentam compesar
isso cultivando um “eu fantasioso” – uma autoimagem idealizada que é
criada primariamente em suas imaginações.
Um quatro que conhecemos
compartilhou conosco que ele gastava a maior parte do seu tempo livre
escutando música clássica enquanto fantasiava sobre ser um grande
pianista concertista – como Vladimir Horowitz. Infelizmente, seu
comprometimento em praticar era muito menor que a o da sua autoimagem
fantasiosa, e ele com frequência ficava envergonhado quando as pessoas o
pediam para tocar para elas. Suas habilidades reais, embora não fossem
poucas, tornaram-se fonte de vergonha.
No curso de suas vidas, quatros podem
experimentar identidades de diferentes “tamanhos”, baseando-as em
estilos, preferências ou qualidades que acham interessantes nos outros.
Mas, por debaixo da superfície, eles ainda se sentem incertos sobre quem
realmente são. O problema é que eles baseiam sua identidade largamente
em seus sentimentos. Quando quatros olham para dentro, eles veem um
padrão de reações emocionais caleidoscópicas, mutantes.
Certamente,
quatros têm uma percepção precisa da natureza humana – ela é dinâmica e
está sempre mudando. Mas, por quererem criar uma identidade estável e
confiável a partir de suas emoções, eles tentam cultivar apenas certos
sentimentos enquanto rejeitam outros. Alguns sentimentos são vistos como
“eu”, outros como “não-eu”. Enquanto tentam se focar em humores
específicos e expressar outros, quatros acreditam que estão sendo
verdadeiros ao que são.
Um dos maiores desafios que quatros
enfrentam é aprender a se libertar de sentimentos do passado; eles
tendem a cultivar feridas e apegar-se a sentimentos negativos sobre
aqueles que os machucaram. Quatros podem se apegar tanto ao anseio e à
decepção que não são capazes que reconhecer os muitos tesouros de suas
vidas.
Leigh é mãe, trabalha fora e tem sofrido com esses sentimentos difíceis por muitos anos.
"Eu entro em colapso quando eu me coloco no mundo. Eu tive uma gama de relacionamentos desastrosos. Odiei a bondade da minha irmã – e odiei bondade no geral. Passei anos sem alegria na minha vida, apenas fingindo sorrir porque eu não era capaz de produzir sorrisos reais. Eu tive um anseio constante pelo que quer que seja que eu não possa ter. Meus anseios podem ser que nunca se realizem, porque agora eu percebo que sou apegada ao ‘anseio’, não a algum fim específico."
Há uma história sufista que
se relaciona a isso, sobre um velho cachorro que foi horrivelmente
abusado e beirava a inanição. Um dia, o cachorro achou um osso,
carregou-o para um local seguro e começou a roê-lo. O cachorro estava
com tanta fome que mastigou o osso por um bom tempo e tirou dele até o
último resquício de alimentação que aquilo poderia providenciar. Depois
de algum tempo, um homem bondoso, de idade avançada, notou o cachorro e
sua patética carcaça e começou a colocar comida para ele. Mas o pobre
cão estava tão apegado ao seu osso que se recusou a deixá-lo e morreu de
fome.
Quatros estão na mesma situação. Enquanto
eles acreditarem que há algo fundamentalmente errado com eles, ele não
são capazes de se deixar viver ou aproveitar suas muitas qualidades.
Reconhecer suas boas qualidades seria perder seu senso de identidade
(como uma vítima sofredora) e estar sem uma identidade relativamente
consistente (seu medo básico). Quatros crescem quando aprendem a ver que
muito de suas histórias não são verdade – ou pelo menos que não são
mais verdade. Os sentimentos antigos começam a desmoronar quando eles
param de contar a si mesmos a antiga história: ela é irrelevante para
quem eles são agora.
Os níveis do tipo quatro:
Níveis saudáveis
Nível um (seu melhor estado): Profundamente
criativos, expressando o pessoal e o universal, possivelmente em uma
obra de arte. Inspirados, capazes de se renovar e se regenerar. Também
são capazes de transformar todas as suas experiências em algo valoroso;
encontram a criatividade em si mesmos.
Nível dois: Conscientes
de si, introspectivos, na “procura por eles mesmos”, cientes de
sentimentos e impulsos internos. Sensíveis e intuitivos, para si e para
os outros: gentis, com tato, compassivos.
Nível três: Altamente
pessoais, individualistas, “fiéis a eles mesmos”, autocríticos, sinceros
aos seus sentimentos, humanos. Visão irônica de si e da vida: podem ser
sérios e engraçados, vulneráveis e possuidores de força emocional.
Níveis medianos
Nível quatro: Tomam uma
orientação romântica e artística da vida, criando um ambiente bonito e
esteticamente agradável para cultivar e prolongar sentimentos pessoais.
Elevam a realidade através da fantasia, sentimentos apaixonados e a
imaginação.
Nível cinco: Para ter
contato com seus sentimentos, eles interiorizam tudo, tornam tudo
pessoal, mas também se tornam egocêntricos e introvertidos, inconstantes
e hipersensíveis, tímidos e inseguros, incapazes de ser espontâneos ou
“sair de si mesmos”. Mantêm-se recolhidos para proteger sua autoimagem e
para conseguir tempo para ordenar seus sentimentos.
Nível seis: Gradualmente
pensam que são muito diferentes dos outros, eles sentem que não
precisam viver como o resto das pessoas vive. Eles se tornam sonhadores
melancólicos, desdenhosos, decadentes e sensuais, vivendo num mundo
imaginário. Autopiedade e inveja dos outros os levam à autoindulgência, e
eles vão ficando cada vez mais impráticos, improdutivos e afetados.
Níveis não saudáveis
Nível sete: Quando seus
sonhos falham, eles se tornam autoinibidores, com raiva de si,
deprimidos e alienados de tudo, bloqueados, paralisados emocionalmente.
Sentem vergonha de si, fadiga e incapacidade de funcionar.
Nível oito: Tormentados
com um desprezo ilusório que têm deles mesmos, repreendem-se, sentem
ódio de si e têm pensamentos mórbidos: tudo é uma fonte de tormento.
Culpando os outros, eles afastam quem quer que os tente ajudar.
Nível nove: Desesperados,
sentem que não há mais esperança e tornam-se autodestrutivos,
possivelmente abusando de álcool ou drogas para escapar. No extremo:
colapso nervoso ou suicídio são comuns. Geralmente correspondem aos
transtornos de personalidade depressiva, esquiva e narcisista.
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