Sarah Varcas
20 de Abril de 2016
A
Lua estará cheia no 3º grau de Escorpião às 5:25h GMT.
Ocorrendo enquanto Vênus, Urano e Eris formam uma conjunção em
Áries, ela nos lembra do poder que o amor tem de nos enxergar
através da escuridão, e do seu papel iconoclasta nestes tempos de
mudanças. Ensinamentos tradicionais, geralmente religiosos, são
desafiados por esta Lua. Pode ser muito fácil despejar pedidos de
perdão sem consistência para se sustentarem; ou declarar amor e,
ao mesmo tempo, afastar-se em segredo. Com Saturno agora em
Sagitário, somos compelidos a viver o que professamos, e não
apenas falar de tradições e costumes espirituais enquanto vivemos
nossa própria versão diluída desses conceitos! Se realmente
acreditamos que o amor é o caminho para sairmos do medo, da
separação e do conflito, então precisamos SER esse amor, e não
ficar apenas na teoria.
Isto
levanta algumas questões sobre a natureza do amor. O que é
realmente o amor? E por que ele é tão importante em nosso mundo
hoje em dia? Pode parecer estranho perguntar isto. É claro que o
amor é vital em um mundo cheio de conflitos. Mas como abrir nosso
coração para os fomentadores de guerra e aqueles que perpetuam o
sofrimento, a desigualdade e a opressão visando seus próprios
interesses? É fácil amar o pobre coitado e lutar por uma causa,
mas como podemos amar aqueles que fizeram com que essa causa se
tornasse necessária? E – talvez o mais importante de tudo –
como amar a nós mesmos, quando conhecemos tão intimamente nossas
próprias fraquezas e falhas? Muitos discursos religiosos têm
evitado esse tipo de discussão por medo de terem que admitir que
nós não sabemos o que é o amor. Mesmo se soubermos, nós lutamos
para conseguir incorporá-lo! É fácil dizer “eu te amo”
quando tudo corre às mil maravilhas, mas quando tudo está indo
mal, o que significa amar, e como podemos realmente amar?
Esta
Lua levanta estas questões, não para oferecer respostas
convenientes, mas para destacar as complexidades de se viver num
mundo em conflito; um mundo no qual ensinamentos espirituais e
religiosos têm sido usados como armas para julgar, condenar e
destruir (muitas vezes, em nome do amor…); onde as diferenças se
tornaram um motivo para temer e rejeitar, em vez de pesquisar e se
conectar.
Sob
a luz desta Lua, somos convidados a refletir primeiro sobre nosso
próprio bem-estar emocional, pois o amor começa em casa, com os
nossos pensamentos em relação a nós mesmos. Se nos afastamos da
nossa própria dor interna, fica muito mais difícil reconhecer e
acolher a dor dos outros. Podemos condenar a violência da guerra e
a opressão da pobreza; podemos lutar para libertar os que vivem em
cativeiro; mas se, ao mesmo tempo, cometemos repetidas ações de
violência emocional contra nós mesmos – julgando e condenando
nossa própria dor, negando nossas vulnerabilidades ou simplesmente
recusando-nos a reconhecer a tristeza, a raiva ou o medo que se
escondem por trás deles – a incongruência da nossa vida acabará
vindo à tona para nos frustrar. Esta violência interna, escondida
do mundo mas poderosamente destrutiva, encontra-se na raiz de
grande parte do que precisa ser curado hoje em dia. Se não
entrarmos em contato com ela em nossa própria vida, nada do que
fizermos externamente se manterá por muito tempo.
Esta
Lua Cheia nos lembra que o amor é uma força retificadora que leva
as coisas de volta ao estado de equilíbrio. Portanto, ele pode não
ser a coisa mais fofinha, brilhante e cor-de-rosa que pensávamos
que fosse! A correção de uma situação gravemente fora dos eixos
pode exigir grande força e poder. O amor pode chegar com a força
de um furacão, varrendo para longe todos os obstáculos ao seu
domínio. Ele pode nos despedaçar antes de nos tornar inteiros
novamente, pois só assim poderá atingir aqueles pontos que nos
esforçamos tanto para proteger até mesmo do nosso próprio olhar
interno.
À
luz desta Lua, somos incentivados a acolher nossas próprias trevas
e reconhecê-las, não como falha pessoal ou motivo de vergonha,
mas como uma experiência coletiva, na qual todos nós
desempenhamos uma parte. Ninguém está livre de sentir medo, raiva
ou vergonha, diante de circunstâncias que os provocam. Todos nós
carregamos nossa parte sombria, assim como contemos o amor que
mantém o mundo em eterna renovação. Não há problema em sermos
assim. Nós somos o que somos. A chave é aceitar este fato e
reconhecer essas coisas que preferiríamos não ter… nossa raiva,
nosso ódio, depressão, ansiedade… Estas são experiências
humanas que podem nos conectar uns com os outros, em vez de criar a
necessidade de muros cada vez mais altos entre nós.
Então,
se você precisar de ajuda no período desta Lua, procure-o. Se
encontrar alguém que estiver se esforçando para conter as
emoções, faça-o saber que talvez não haja problema em se
entregar a elas. Emoções são coisas poderosas, são forças
incríveis que nos assaltam aparentemente do nada! Mas elas são
parte de nós, são o nosso próprio mundo interno explodindo como
uma tempestade. Conhecer essa tempestade e mapear o seu curso exige
sinceridade, abertura e aceitação amorosa de tudo o que somos.
Quanto mais conseguirmos acolher nossas tempestades internas,
melhor conseguiremos lidar com as externas. Esta Lua ilumina a
necessidade de fazermos estas duas coisas, e o poder do amor
autêntico para construirmos um caminho curador à nossa frente.
Isto pode não parecer o amor dos contos de fadas, mas certamente
fará algo de mágico!
Autor:
Sarah Varcas
Tradução:
Vera Corrêa - veracorrea46@gmail.com
Fonte
1:
www.astro-awakenings.co.uk
Fonte
2: www.sementesdasestrelas.com.br
Facebook:
https://www.facebook.com/AstroAwakenings
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