Diogo Beltrame
Enquanto
os relacionamentos forem movidos pelo egocentrismo, o sofrimento
desencadeado por eles continuarão a existir e se tornarão cada vez mais
agudos.
Está
na hora do ser humano passar a ter um pouco, um mínimo que seja de
discernimento e senso crítico individualizado, para então poder fazer
uma avaliação de como os seus próprios relacionamentos afetivos estão se
desenvolvendo. É necessário que se compreenda quais são as bases de
sustentação daquilo que hoje é chamado de relações amorosas.
Os
valores vigentes neste planeta estão totalmente invertidos. Aqui o ódio
virou amor, a tristeza virou felicidade e o caos se tornou sinônimo de
caminho para a paz. Aqui prevalece a lei do sofrer para ser feliz e do
matar para evitar mortes.
Tratando-se
dos relacionamentos afetivos, foi estabelecida uma trindade constituída
por três elementos que são contemplados e venerados pela humanidade sem
se quer questionar as suas razões.
O
sacrifico está sendo utilizado para mensurar a quantidade de amor que
uma pessoa sente pela outra. Caso não tenha sacrifício não existe amor.
Para alguém provar o seu amor é necessário se sacrificar de alguma
forma, pois, do contrário, não terá o seu amor legitimado pela pessoa
amada. A premissa aqui é: “Quanto você está disposto a sofrer para ficar
comigo? Do quê você é capaz de abrir mão por mim”?
Esse é o primeiro e mais leviano membro dessa estrutura maquiavélica.
Em
segundo lugar vem o compartilhamento de culpas. O casal não perde uma
única oportunidade de apontar o erro um do outro para fazer com que se
sintam culpados. Esse mecanismo é usado para enfraquecer o outro lado
através da dívida gerada pela culpa e isso faz com aquele que a
compartilhou se sinta mais seguro e fortalecido, portanto poderoso. Ele
diminui e enfraquece o outro para se manter no controle do mesmo, e todo
tipo de acusações e cobranças são feitas com o intuito de atingir esse
objetivo de manipulação e controle.
E,
posteriormente, sendo um desdobramento do segundo item, entra em vigor o
aprisionamento total e absoluto da pessoa “amada”. Uma vez que se
rotula a relação como um namoro, união estável ou casamento, um passa a
ser propriedade do outro. Nesse momento a posse toma conta da relação e,
a culpa que um projeta sobre o outro, quando tais expectativas não são
cumpridas, garante o sucesso dessa estranha forma de amar e ser amado.
Isto
é, o amor está intimamente associado ao sacrifício, a culpa e ao
aprisionamento. Isso é o que as pessoas consideram normal seguindo as
instruções daquilo que se prega em filmes, seriados e novelas do sistema
de mídia vigente que está a serviço de um grupo de pessoas extremamente
sábias e poderosas que comandam a massa populacional como se fossem
gados.
Não
é necessário muita filosofia para se compreender que essa tal trindade
que hoje é conhecida como amor, nada mais é que a mais pura expressão de
ódio e que, portanto, vem sendo aclamada através das paixões mundanas
extremamente nocivas para o processo evolutivo de quem quer seja.
Ensinar
que o ódio é amor, e o aluno se permitir aprender essa lição, resume de
forma bastante clara o nível de consciência da humanidade que se gaba
por conseguir separar elétrons de prótons em um núcleo atômico, mas que
ainda não aprendeu a viver em união e respeito com a sua própria raça.
Continua....
Diogo Beltrame
Autor: Diogo Beltrame
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