Mestre Serapis Bey
18 de Outubro de 2016
Saudações, Meus Irmãos
Hoje,
gostaria de falar sobre um tabu, sobre aquilo que não se fala, sobre
aquilo que em sua sociedade se evita dizer, inclusive, nos meios
espirituais. Gostaria de tratar hoje sobre o preconceito em sua origem.
Há muito preconceito, sim, em seu mundo, em sua sociedade. Preconceito racial, de classe, sexuais, “pré-conceitos” religiosos.
“Pré-conceito”
é um conceito já formado, uma concepção anterior a um fato. É um “pré”-
conceito no sentido de que há julgamento, antes mesmo que se tome
contato com a situação, que se saiba do que está se falando, ou a quem
está se dirigindo. Há uma preconcepção, uma crença limitante, há algo
que já se pensa saber. E se parte daquilo que se sabe, sem permitir que o
outro externe razões pessoais em sua defesa.
Há
uma origem equivocada profunda nesse tipo de comportamento humano, no
entendimento de que uns seriam melhores e mais corretos que os outros,
de que uns seriam privilegiados e mais adequados que outros e, portanto,
alguns seriam dignos de dizer como o outro deve ser, julgando ou
menosprezando um irmão.
O
preconceito encontra sua raiz na concepção da própria separação, da
separação dos corpos, da falta de entendimento de Deus, da unidade e da
união, de tudo aquilo que representa a vida.
O
preconceito está distribuído em todas as camadas, em todas as classes,
em todos aqueles que, de alguma forma, se subjugam ou se impõem a
outros. Sim, pois o preconceito não parte apenas daquele que menospreza e
que rejeita um irmão. Também parte daquele que se submete ao
preconceito. É a submissão energética, a submissão de aceitar ser
menosprezado, de aceitar se entender como menos que alguém. Porque
aquele que se entende no mesmo nível, nem mais nem menos, na mesma
proporção, se entende como alguém fora de qualquer tipo de preconceito.
Ele se entende como Filho de Deus e tem compaixão por aquele que lança o
preconceito sob o seu ser. Tem compaixão no sentido de saber que, ali,
há uma dor humana, há algo que deve ser trabalhado naquela pessoa que
está a menosprezar um irmão, que está a tratar o outro como alguém que
não seja digno. O preconceito só existe porque parte do próprio
sentimento de inferioridade de ambos: daquele que está a lançar esse
tipo de sentimento a um irmão e daquele que aceita, em submissão
enérgica, a classificação que lhe é imposta.
O
que há, também, é o medo daquele que é preconceituoso. O medo de perder
o status que, supostamente, alcançou em sua vida. Pois ao subjugar o
outro aos seus caprichos preconceituosos, está, na verdade, tentando
demonstrar que atingiu um patamar social onde já é mais digno e mais
elevado. Pode, dessa maneira, deixar de dignificar a experiência de um
irmão de jornada, menosprezando-o e diminuindo-o e deixando de honrar
uma experiência que, assim como sua própria, foi permitida por Deus.
Impõe seu julgamento e sua concepção a outro. Mas ao fazer assim, ao
deixar de reconhecer a dignidade no outro, no fundo, está se deixando de
reconhecer sua própria dignidade e mostrando a falta de compaixão que
arde em seu coração.
Pela
concepção de que todos são Filhos do mesmo Pai, de que todos são irmãos
e que devem ser tratados com igualdade e respeito, que dignificamos
todas as experiência e respeitamos, com Amor e compaixão, a todas
escolhas feitas. Pois cada uma delas representa uma possibilidade de
desenvolvimento pessoal, onde cada qual escolhe o melhor caminho ao seu
próprio crescimento. É permitindo com Amor. É a partir de preceitos
básicos e simples como esses, que todos poderão se reconhecer em
irmandade e fraternidade, respeitando o que cada um deseja em seu
coração ou sua experiência.
A
concepção de que há alguém melhor ou mais correto que o outro é uma
concepção infantil, daqueles que ainda não se conectaram com o Amor de
Deus, com o Amor da Fonte, daqueles que estão ainda incapazes de se ver
em unidade, em união ao Amor, em união ao Pai Celestial e à Mãe Divina.
Portanto,
quando virem um ato de preconceito, não se irritem. Parem de brigar ou
de lutar, e, sim, passem a exercer a compaixão. A compaixão por um irmão
que, mais cedo ou mais tarde, deverá se confrontar com a sua própria
consciência, que é a consciência de Deus, que é a consciência do
Criador. Ele deverá, de uma forma ou outra, tomar contato profundo com
aquilo que o levou a externar esse tipo de sentimento, de emoção
preconceituosa. Ele deverá tomar contato consigo mesmo, a partir de suas
próprias emoções de desrespeito e de desdignificação contra um irmão.
E, assim, deixem de dar ressonância ao preconceito e de aceitarem a
imposição energética de que, de alguma forma, podem ser menores que
outros. Isso existe apenas na mente daqueles que se encontram imersos na
ilusão da materialidade e são incapazes de ver a dor que causam a um
irmão.
É
algo, portanto, que deve ser tratado, que deve ser trabalhado, mas com
sabedoria, com conhecimento, sem se igualar àquele que é o
preconceituoso, mas olhando a situação de um ponto de vista mais elevado
e demonstrando sua compaixão àqueles que ainda não reconhecem Deus em
seus corações.
Fiquem em Paz, Meus Irmãos, porque eu sou Serapis Bey.
Canal: Thiago Strapasson
Fonte:
www.sementesdasestrelas.com.br
Transcrição: Angelica T. Tosta
Colaboração: Solange Yabushita
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