21 de Maio de 2016
Muito
se fala, felizmente, sobre meditação nos dias de hoje. Com o
crescente interesse ocidental pela sabedoria oriental, seguidores de
várias correntes espirituais que abordam o tema vem ao público
para defender sua visão quanto ao que é meditação. Algumas
delas tratam a meditação apenas como a prática, ou estado,
“dhyana”, que vem a ser a mente silenciosa e clara, alcançada
pela observação consciente da mente e da respiração. Outras
correntes trabalham a meditação como uma forma de desenvolver
virtude, qualidade de bem-aventurança gerada pela contemplação de
um objeto que traga, por exemplo, compaixão, equanimidade, bondade
amorosa e vacuidade. Há aquelas ainda que utilizam de exercícios
físicos e pranayamas (exercícios de respiração).
Para
mim, toda prática que leve à interiorização, à elevação da
consciência e da mente humana são corretas. Hoje, com a evolução
do pensamento humano, conseguimos ser mais inclusivos do que
limitados ao “certo” e ao “errado”. Me entristece ver, no
meio espiritual, aqueles que atacam uma prática ou outra,
esquecendo que esta mesma prática que está sendo criticada já
ajudou inúmeras de almas e tem trazido paz e bem-aventurança a
inúmeros de corações.
Por
isso, digo a você, leitor, siga a prática que lhe faz bem, aquela
que faz acalmar os pensamentos e sentimentos mundanos e o leva para
o Divino. Eu trabalho com a meditação budista da tradição zen e
tibetana e com Yoga indiano. Utilizo também a contemplação e
visualização da Luz Divina, dos 7 Raios da Grande Fraternidade
Branca, e posso dizer com grande convicção: amo todas as práticas.
A
meditação zen é aquela que irá trazer sua mente para o aqui e o
agora. Ajudará você a estar mais presente em tudo aquilo que
estiver fazendo. Você estará inteiro em si mesmo e sentirá imenso
prazer pelo simples fato de Ser. Desse estado, inúmeras virtudes
irão surgir em sua mente e os pensamentos de sofrimento que ocorrem
em uma mente agitada irão, gradualmente, se dissipar e deixar sua
consciência, sempre que você se mantiver alerta.
A
meditação budista tibetana também engloba a prática zen, ou
dhyana, mas ela inclui a contemplação das virtudes. Através da
leituras de textos que trazem à nossa mente uma determinada
virtude, geramos um sentimento característico dela e, então, nos
focamos em manter esse sentimento, incorporando a virtude em nós. O
Lamrim é um belo exemplo de meditação contemplativa. Trata-se de
um conjunto de práticas que formam a base do budismo kadampa e
significa “as etapas do caminho”. A cada meditação, o
praticante vai compreendendo verdades espirituais e abrindo sua
consciência para o Bem.
O
Yoga tem o intuito de harmonizar corpo e mente. Através de posturas
físicas, o praticante pode alinhar seu coração, sua mente e seu
corpo em um só foco. Essas posturas trabalham aspectos da psique
humana e permitem a livre circulação de prana pelo corpo, o que
impede o surgimento de doenças geradas pelo estancamento de energia
vital em pontos do corpo. Yoga pode ser considerado uma meditação
em movimento.
Luz
é aquilo que nós somos. Fomos criados a partir da Luz e de Luz
somos constituídos. É por causa do esquecimento desse fato que
experimentamos limitações e distúrbios em nossas vidas. Por este
motivo, devemos iluminar nosso interior com as puras vibrações das
esferas iluminadas. Essas esferas são reinos de intensa Luz, onde
seus habitantes vivem em estado de graça e manipulam a substância
luminosa para criar e expandir o “Reino de Deus”. Esses
habitantes são os Mestres Ascensionados, Budhas, Cristos, Anjos...
A meditação com a Luz Divina, na forma dos 7 Raios conecta você
com estes reinos e seres de Perfeição e Elevação. O simples
contato com tais energias gera intensa felicidade e paz ao
praticante.
Para
finalizar este artigo e dar uma resposta mais clara à pergunta do
título, eu gostaria de nomear a meditação não pela prática, mas
por aquilo que ela RESULTA. Nenhuma prática que gere o bem e traga
bem-estar a uma consciência pode ser considerada errada. Se alguém
lhe disser isso sobre sua prática, defenda-a, pois se trata de uma
pessoa querendo incutir dogma em você, e meditação é oposta ao
dogma, ela é liberdade. Independente do que você faça, verifique
o que ela produz e desperta em você. Se sua prática está
produzindo bons sentimentos, maneiras mais leves e felizes de ver a
realidade, se produz melhorias nas suas relações pessoais e
familiares, em seu trabalho e em você mesmo, então significa que
você está meditando. Naturalmente, você escolherá qual prática
produz um efeito mais intenso em você, escolherá qual, ou quais, é
mais compatível com você.
Desejo
que você se aventure e se aprofunde nesse caminho tão feliz da
meditação. Que você possa encontrar, no silêncio do seu coração,
a tão desejada paz interior.
Autor:
Luís Fernando Rostworowski
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário