Ivete Adavaí Brito
22 de Abril de 2016
O
nosso corpo físico sempre foi mal compreendido, e por isso,
maltratado em mais de um aspecto. Penso nas religiões
fundamentalistas, que consideram que tudo que se relaciona ao corpo
físico é pecaminoso, incorreto e degradante. Já outras, que até
têm alguma compreensão da espiritualidade além da terceira
dimensão, mas que também propaga a ideia de que o corpo é
meramente matéria inerte, só ganhando vida devido aos outros corpos
que nos constituem, dizendo mesmo que o corpo não possui
consciência, logo, não se pode considerá-lo como algo digno.
Por
outro lado, temos as pessoas, que de um modo geral se fixam em
demasia na estética, na forma como o corpo se apresenta, propiciando
a criação dos estereótipos que observamos por aí. Corpo bom é
corpo que se atém aos códigos de beleza estabelecidos pela
sociedade, é o que pensam. A beleza precede a saúde, e se alguém
busca trabalhar o seu corpo, não necessariamente é em busca de
vitalidade, mas para disfarçar o trabalho demolidor do tempo.
É
muito triste que um veículo de tamanha importância e magnificência,
que foi concebido de maneira tão maravilhosa, inteligente e bela
possa ser reduzido à aparência que exibe. Lembro-me de um salmo,
escrito pelo poeta, rei Davi, em que ele diz: “Elogiar-te-ei
porque fui feito maravilhosamente, dum modo atemorizante. Teus
trabalhos são maravilhosos, de que minha alma está bem
apercebida.” (*) Concordo plenamente com este
pensamento, acho muito feliz esta declaração de uma pessoa muito
sábia.
Neste
ponto, eu me lembro da Terra, de Gaia, deste nosso atual lar, e não
posso deixar de fazer uma alusão comparativa entre o nosso corpo
físico e o planeta. Este também maravilhoso planeta que tem sido
desde sempre considerado falsamente como um local rebaixado, em que
só vem para cá aqueles que têm penas a cumprir, carma a pagar, que
este lugar é a degradação total. Ignoram a realidade, ao fazerem
tais assertivas. Não sabem, talvez, que os espíritos aqui
encarnados o fizeram por livre e espontânea vontade de servir ao
Criador Supremo, e que aceitaram se fragmentar, exatamente, para
cumprir com esta gloriosa missão, que não é para todos, apenas
para os mais corajosos e destemidos, que passaram nos testes da
capacidade de materializar e que têm muito amor para compartilhar
com todos.
Percebo
que atualmente, muitos já estão até conseguindo “pensar fora da
caixa” e se dão conta das ilusões em que estamos imersos e que
precisamos refletir muito acerca dos ensinamentos tidos e havidos
como corretos e definitivos, porque a verdade parece estar sempre
vindo à tona, nos atualizando, fazendo com que mudemos de ideia e
aceitemos novas perspectivas mais condizentes com a nossa verdadeira
natureza. Não é fácil ir contra a corrente, mas uma pessoa de cada
vez, um passo hoje outro amanhã e quando olhamos para trás, vemos
que o número de seres pensantes, que estão se dando a oportunidade
de ponderar determinados ensinamentos, só tende a aumentar.
Parece
que o nosso corpo físico “herdou” de Gaia a tendência a ser
maltratado, mal compreendido e caluniado. A nossa parte física é
tão sagrada quanto a espiritual. Nosso universo, cheio de galáxias
e de criações por nós desconhecidas não é de modo algum superior
ao nosso corpo, este fiel servidor, que nos permite ter a experiência
de viver em uma dimensão menos elevada e continuar trabalhando com
integridade, apesar das distorções criadas a partir do
envenenamento produzido pela sociedade de consumo e pelo modo de
lidar com a chamada “doença”, que tem desvirtuado o sublime
mecanismo do nosso corpo, anulando sua capacidade de regeneração
por meios químicos, muitas vezes desnecessários. E mesmo assim, não
perdemos a nossa capacidade de ser criaturas maravilhosas, cheias de
mistérios e sabedoria, e este nosso corpo, mesmo que tratado
erroneamente, ainda é capaz de se regenerar, assim como Gaia, que
consegue se revitalizar após ter sido vitimada por catástrofes
aparentemente além de recuperação.
Que
possamos considerar os nossos corpos (físico, emocional, mental e
etérico) com toda a dignidade que eles merecem, porque fomos feitos
realmente de uma maneira assombrosa e não podemos nos deixar levar
por falsos conceitos relativos ao que é bom/mau, bonito/feio,
merecedor/indigno… e assim fazermos julgamentos que nada têm a ver
com a verdade em que estamos inseridos em termos universais. O nosso
universo interior é sagrado, o nosso corpo físico cumpre a sua
missão de nos ancorar em Gaia e permitir que possamos realizar
aquilo que vimos fazer ao nos encarnar aqui.
Precisamos
fazer um esforço para não nos deixarmos levar pelas teorias, pelos
modismos, pela sociedade tão abstrata quanto enganosa, pelo
pensamento da maioria alienada… e buscarmos a nossa verdade
intrínseca, independentemente do lugar em que vivemos, ou das
pessoas que nos cercam. Temos que ser quem somos e não permitir que
nada nem ninguém nos desvie do caminho que escolhemos, ao nos
candidatar para ser um posto avançado do divino, aqui nesta Terra
abençoada, com este corpo esplêndido.
Que
continuemos a honrar o nosso corpo, que continuemos a honrar Gaia,
que prossegue em direção ao seu lugar de direito, que lhe foi
reservado desde os tempos de longa duração.
(*)
Salmos 139:14
Autor:
Ivete Adavaí Brito - adavai@me.com
Fonte
1:
www.adavai.wordpress.com
Fonte
2:
www.sementesdasestrelas.com.br
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